quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O Espectro Sonoro Musical que deve existir nas caixas dos que dedicam-se à audiofilia.

Espectro sonoro musical não se confunde com capacidade auditiva do ser humano

Construtor de caixas acústicas, por muito tempo, para fins profissionais e residenciais. Exerci praticamente uns dez anos, embora a minha primeira caixa acústica por mim construída tenha sido aos quinze anos, seguindo um projeto da extinta Novik, hoje, denominada de Novik-Neo, pois fora comprada por uma outra pessoa jurídica diversa da original. Era autodidata em eletrônica, tendo completado o curso do IUB - Instituto Universal Brasileiro e posteriormente, no Rio, o curso presencial Lart; de válvulas, transístores e Televisão em Preto e Branco e em cores. O Curso Lart já é extinto. Nessa época, no frescor de meus 15 anos, eu não construía o móvel: Marceneiros cuidavam dessa tarefa, sob minha rigorosa visão perfeccionista. Não construía o móvel de madeira, mas as instalações acústicas e elétricas internas eram por minha conta. Somente aos 20 anos construí as primeiras quatro caixas profissionais de minha vida, cada uma, para receber 1.200 Watts, indicados pelo fabricante nos falantes, somatório de todos os 20 auto-falantes, entre twitters, médios e graves, destinadas a uma grande boate instalada no antigo Casino Maranhense e depois em sede própria; a extinta boate Gênesis, em São Luís do Maranhão. A lotação da boate era autorizada para 900 pessoas. E eu era o técnico de plantão, para qualquer eventualidade.
A seguir vieram outras, inclusive a de minha residência, com o saudoso e robusto Dalvox de 12 polegadas, fábrica também já extinta.  Hoje, já tendo abandonado esta seara profissional para dedicar-me à carreira de advogado, ainda nutro as delícias do que é seguir projetos à risca na fabricação das minhas próprias caixas acústicas e orientação à amigos que desejam ter sua própria aparelhagem.

Audiofilia

A palavra vem da fusão do truncamento "áudio", originado da palavra audição; originada latim auditione, adicionada à palavra "filo", de philos, do grego. Truncamento é um fenômeno linguístico que consiste em encurtar palavras. Assim, nasceu a palavra audiofilia.
Aqueles que pretendem dedicar-se ao amor pelo som musical (Cf. Eros, philos e agape; do grego) devem fazê-lo por completo, pois uma música tem sua extensão freqüencial a partir de valores dentro ainda da casa dos 10 hertz, em média, até mais de 20 kilohertz. Teoricamente um CD pode produzir 1 hz e o disco de Vinil, 7 hz e leve-se em conta o efeito ressonante que pode existir em qualquer sala, o que multiplica a freqüência, embora este aspecto não seja original da música, mas ele existe. (Cf. Tese de pós-graduação de Pedro Ferreira, "A Politização Tecnoestética do Discurso dos DJ's e Efeito Ressonante, em Física do Som). Há auto-falantes da marca Selenium com faixa de freqüência de 35 a 3.000 hertz; algo bastante comum; confira a respectiva faixa frequencial no link do auto-falante WPU 1809, ao final do parágrafo. Há falantes de outras marcas, especialmente o OverSound, reproduzindo magníficos 30 hertz. É bom frisar que toda essa faixa frequencial nada tem a ver com a capacidade humana de escutar sons, que, em medicina, é determinada como sendo de 20 hertz a 20 mil hertz. Há casos de pessoas que escutam além disso e recentemente foi detectado que as mulheres podem escutar além dos 20 KHz. O tema é muito especial da Medicina Aeroespacial. A música tem estas freqüências, mesmo que você não possa ouví-las, embora já esteja provado que pode sentí-las.

Link da ficha técnica do WPU 1809:
http://www.selenium.com.br/#/Produtos?c=1&m=0&f=0&l=11&r=0.6067617628723383
 
Deficiência das caixas de hoje

A maioria das caixas acústicas fabricadas "em massa", no nosso país, não possui; não emite estas freqüências. Se você desejar escutar uma música por inteiro, vale dizer, ouvir toda sua gama de freqüências, terá que construir uma caixa acústica para você ou importar, e, no caso da importação, verificar a ficha técnica do espectro de freqüências, pois muitas dessas caixas utilizam auto-falantes abaixo de 12 polegadas, o que não garante de forma alguma a reprodução do espectro sonoro musical e muito menos do audível, pois as freqüências baixas, os denominados "graves", só podem ser reproduzidos por auto-falantes de 15 polegadas e 18 polegadas. O que se disser de forma diferente, não é verdade; será puro apelo comercial, a menos que a loja disponha de câmara anecóica e frequencímetro de captação ao ar livre, na respectiva câmara. Quero também relembrar, para fins didáticos, que o espectro sonoro musical vai de mais ou menos 7 hertz a mais de 48 mil hertz, fazendo questão de frisar que existem - Já devidamente comprovados, os transientes exagerados dos discos de vinil; vide o blog http://sonsultrassonicosnovinil.blogspot.com, de minha autoria, onde há gráficos em vídeos e os gráficos estudados pela Doutora em Ciência da Computação, Christine Tham, demonstrando essa veracidade.
Contudo, a ausência destas freqüências graves em caixas de excelente padrão de fabricação não diminui em nada a qualidade de nossos audiófilos: Apenas, naturalmente, os restringe de escutar a música toda, pois não serão escutadas as freqüências abaixo de 40 hertz em decibéis generosos, como os que são obtidos com o uso de falantes de 15" e 18".
As caixas que existem hoje no mercado brasileiro são praticamente todas de plástico. Plástico ressoa e cancela freqüências importantes. Não é, nem de longe, um material adequado para a fabricação de caixas acústicas, sejam elas do tamanho que forem. Isso sem falar na duvidável qualidade dos falantes empregados nelas. Nas décadas de 60, 70 e até 80, as caixas vendidas aqui no Brasil eram de "mdf", também conhecido como "madeirite" ou "aglomerado", pelos marceneiros. Menos ruim, no todo, já que este componente tinha a rigidez necessária e absorção também, para a construção de caixas acústicas. Apenas não "poderiam ver água", pois decompunham-se todo este material. O que quero dizer é que este material, o mdf, não pode absolutamente ser exposto à água, o que compromete o item "durabilidade".
Caixas acústicas bem construídas devem ter, no mínimo, compensado laminado de 20mm na sua construção. O ideal são 25mm. E se o orçamento permitir, prefira o compensado naval que é mais resistente à longa exposição da água, aos cupins e às brocas. As caixas devem ter reforço em cruz, no seu interior, e deve ser observado rigorosamente o projeto ou, autodidaticamente, você deve ter plenos conhecimentos da teoria do duto de helmholtz.

(Continua).

E-mail: joaquim777@gmail.com